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Bula Atumba, Bengo, Angola
O Municipio de Bula Atumba localizado na Provincia do Bengo na República de Angola foi fundado em 13 de Dezembro de 1965. A povoação já existe desde o inicio do seculo XX.

A paixão pela nossa terra é o nosso destino.

Um abraço para o Bulatumbense, que vive comigo a sua terra, esta terra que queremos seja mais que aquilo que pensamos.

(Armando Barros, 1973 in Programa das Festas do Bula)

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Guia Turístico, como visitar o Bula

Para quem já se esqueceu ou para quem pretende visitar Bula Atumba pela primeira vez, tentarei dar informações detalhadas, estando disponível para mais esclarecimentos.



Neste mapa de 1967 desenhado á mão, é possível identificar os rios, façam clic sobre a foto para o zoom.


A deslocação de carro é a mais aconselhada, a estrada está asfaltada até cerca de 15 Kms de Bula Atumba, contamos que esteja concluída até ao fim de 2011. O aeródromo asfaltado está inoperacional para as aeronaves, só de helicóptero.
Em África mandam as regras de segurança que os viajantes devem utilizar pelo menos 3 viaturas, levar combustível suplementar, 2 pneus de socorro, cabo de reboque, caixa de ferramenta, alimentos para alguns dias e não esquecer água potável.


A viagem pode correr muito bem mas se houver uma avaria temos de estar prevenidos.

Quem estiver em Luanda deverá optar pela estrada do Cacuaco que é o itinerário mais curto, mas também pode ir por Catete.


Detalhes do percurso

Luanda, Cacuaco, Caxito, Úcua, Piri, Quibaxe, Paredes e Bula Atumba

O percurso pelo Cacuaco tem cerca de 250 kms, passa pela linda região pantanosa do Panguila, Porto Quipiri onde existe um mercado de produtos regionais e onde podem comprar fruta para a viagem, Fazenda Tentativa onde ainda é possível ver o que resta das instalações da antiga CAA Companhia Açucareira de Angola, Caxito e Sassa.


No Caxito apreciem as lindas árvores seculares de um porte majestoso e não deixem de as fotografar, são lindas, apreciem também as bonitas Igrejas da Cidade e os canais de rega de um palmar que já não existe.


ponte sobre o Rio Dande, no Sassa



No Sassa aconselho a fazerem um pequeno desvio no cruzamento para Quicabo para uma breve visita á Barragem das Mabubas


Após a visita á Barragem, a próxima paragem é no Municipio do Úcua onde podemos optar pelo percurso que passa por Pango Aluquém ou seguir pelo Piri.


A pausa aqui era necessária para almoçar nos restaurantes, hoje desactivados e em ruínas, mas como é aconselhável levar sempre um bom farnel podem manter a tradição e almoçar por aqui. À entrada do Úcua, já não é visível a grande plantação de Sisal.



Vista do Úcua



O percurso até ao Piri, quase todo em montanha, onde muitas viaturas avariam exige outros cuidados, façam pausas para apreciarem a paisagem com vegetação luxuriante, a Pedra Verde, o morro do Kesso e experimentem a sensação única de ouvirem o silêncio da floresta onde se ouvem apenas os pássaros e as cigarras. As plantações de café tinham início no Úcua e eram uma presença constante até ao Bula.
Após a descida do Kesso, chegamos ao Piri, pequena Vila que se confundia com as Fazendas de café que a circundavam. Á esquerda o Bar do Piri, hoje transformado em Recauchutagem de Pneus e onde se jogavam grandes partidas de Damas, enquanto se saboreavam umas Cucas.




O Bar do Piri



O Piri sem os grandes terreiros de café a secar, também merece uma visita.


Vamos agora em direcção ao desvio das Bombas da Mobil, onde á esquerda se pode ir para o Quitexe e Uíge e á direita para Quibaxe e Bula Atumba.



Cruzamento das Bombas da Mobil



Chegados á entrada de Quibaxe, onde alguém de muito mau gosto colocou o cemitério, devemos virar á direita em direcção á Missão Católica dos Dembos.
Quibaxe era Sede do Concelho dos Dembos e em vários domínios havia uma rivalidade intensa com o Bula, nomeadamente no Futebol e nas Festas.


Bula Atumba após demoradas negociações, adquiriu a "independência", passou a Concelho em 13 de Dezembro de 1965 deixando assim de estar debaixo da tutela de Quibaxe.


Aqui em Quibaxe não deixe de visitar o Forte de Quibaxe, a Administração e apreciar a bela arquitectura de algumas casas tipicamente coloniais.

A Missão Católica dos Dembos merece uma visita mais demorada para compreendermos melhor a sua actividade junto das populações e o Rv. Padre Zacarias agradece a visita.


No percurso para o Bula ainda temos de passar pela Fazenda Buçaco, pelo desvio para o Pango Aluquém (no Úcua quem virou á direita e veio pelo Pango vem sair a este cruzamento), por Paredes ou Kimbinga e pela Fazenda Monserrate. Nesta, a paragem é obrigatória, para apreciar a casa principal construída em 1954, onde morou durante muitos anos o Sr. Messias, a Igreja, a Escola, o Hospital, as residências dos trabalhadores e perceber como estava organizada.



Igreja da Fazenda Monserrate



Estamos quase a chegar e já é possível avistar no horizonte o perfil da Vila de Bula Atumba, tornando a paisagem ainda mais bela

Chegamos finalmente a Bula Atumba, é difícil conter a emoção!!!

Onde Comer?

Não existem restaurantes, devem ir prevenidos com farnel já confeccionado ou optar por fazer um churrasco acompanhado com banana pão assada, mandioca cozida e um bom funge. Há também a possibilidade de encomendar uma refeição com alguma antecedência.

Onde dormir?


O Kimbo dos Sobas



A Residencial Kimbo dos Sobas, instalada na ex-casa do Sr. Barbosa é a única opção disponível. O preço do quarto é de cerca de 4 a 5000,00 Akz.


O kimbo dos Sobas tem novas instalações na ex-casa do Manuel do Kiaje mais conhecido por Kissekula com instalações mais acolhedoras.


Podem optar por levar tendas de campismo ou saírem de madrugada de Luanda e regressar ao final do dia, após a visita.

Não deixem de visitar as várias aldeias do Municipio onde serão recebidos sempre com simpatia.

10 comentários:

Anónimo disse...

Oxalá um dia, numa das suas viagens a Bula Atumba, opte por este outro percurso. Caso isso aconteça - e se não me levar a mal - pedia-lhe uma foto da povoação de «Kilombo dos Dembos» e que a colocasse neste seu simpático espaço. Nem sabe o quanto eu lhe ficaria grato...

Um abraço
(loanda_50@yahoo.com.br)

ZAMBI disse...

Adorei , Adorei, Li tudo até ao fim , vi , li , reli.... As fotos estavam de mais , conheci algumas pessoas.
Estou de lagrimas nos olhos, nasci nesta terra mais linda do mundo BULA ATUMBA ( Roça Rio Ouro) em
11/may/ 1959, onde os meus Pais foram lá empregados. Hoje já não consigo dizer mais nada.
Voltarei brevemente.
Um grande Abraço e beijinhos do fundo coração para todos os nascidos em Bula Atumba...

Anónimo disse...

Então, de caminho - Mário e Tila, façam-me o favor depois do Quilombo e pela zona da Fazenda Rio Uemo (que era do Sousa) vejam se encontram a sanzala que dá pelo nome de Kikiambolo e vejam se conseguem saber de André Iango Caculo ou de descendentes. O André trabalhou em nossa casa desde novo; o pai dele - que foi cozinheiro do meu pai e homem de muita confiança, tinha começado a trabalhar na Roça Santos cerca de 1948 ou 1949. Um abraço, Mizé (filha do Santos do Calohombo)

ZAMBI disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nelson Teixeira disse...

Boa Tarde,
Conhecia alguém em Bula Atumba com o nome de João Teixeira?
obrigado

Anónimo disse...

Olá, o meu nome é Catarina, sou neta do Gualdino e da Rosa Borges, quando rebentou a guerra os meus avós e o meu pai tiveram de fugir, e deixaram tudo. Não restou nenhuma lembrança.
Quero agradecer por terem posto fotos de Bula Atumba, foi muito especial para mim, para o meu pai e para os meus avós, existe uma foto em que se vê um bocadinho da nossa casa, mas chega bem para matar as saudades, com os melhores cumprimetos.
Catarina Borges

Anónimo disse...

Essa época parece muito legal, mas as doenças não eram tratadas com propatilnitrato ou medicamentos, senão que as pessoas faziam coisas com plantas e demais que achavam no lugar onde moravam.

mlbc disse...

O Reverendo Zacarias, que é mencionado no texto, faleceu no passado dia 25 de Setembro

Anónimo disse...

O Sr Messias era o capataz da Roça Monserrate, vivia numa casa ao lado da Igreja. Na residência principal viveu o Sr. Ernesto Cirilo e sua Família. Mais tarde, viveu o seu filho mais velho, José Cirilo.

Anónimo disse...

A Roça Monserrate está agora a ser reabilitada pelo filho mais novo do Sr. Ernesto Cirilo, de seu nome, Ernesto Tito Cirilo. A primeira fase foi a abertura das picadas, segue a reabilitação dos armazens e residencias dos trabalhadores. Pelos vistos tudo vai voltar a ser o que era num clima de excelente relação entre o patrão e todos os trabalhadores. Fica um exemplo para os anteriores proprietários.